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Intersul trata de pendências e inconformidades na aplicação do ACT com Eletrobras

Atendendo solicitação dos sindicatos, a Eletrobras, representada pelo Gerente de Relações Trabalhistas e Sindicais, Rodrigo Carneiro de Lira, participou de reunião no dia 8 de novembro com dirigentes sindicais da Intersul. O objetivo da reunião era tratar de di¬versos temas relacionados ao cumprimento do ACT 2024-2026, recentemente assinado. A reunião foi solicitada pois, na visão da In¬tersul, vários procedimentos adotados pela empresa não estão em conformidade com o que foi pactuado na mediação do ACT, assim como outras questões relevantes para os trabalhadores surgiram e precisam ter procedimentos ajustados. Os pontos foram pautados pelas entidades sindicais em correspondência anterior e posteriormente tratados na reunião do dia 8. Sobre alguns dos pontos de pauta, houve convergência e o problema apontado pela Intersul deverá ser sanado sem maiores dificuldades. No entanto, em outros pontos não houve convergência e devem voltar a ser discutidos a partir das argumentações apresentadas pela Intersul durante a reunião. Dentre os problemas pautados pela Intersul e que tiveram solução ou estão em tratativas para uma boa solução a partir da reunião, é possível citar: 1) Nivelamento de informações sobre o número de adesões ao PDC; 2) Operacionalização da Cota Negocial; 3) Trâmite dos pedidos de liberação de dirigentes para atividade sindical; 4) Cumprimento da Legislação relativa a cota mínima de trabalhadores com alguma deficiência; 5) Ajuste do horário núcleo de Blumenau para adequação à Joinville; 6) Ajuste na regra de particionamento das férias dos operadores para adequação ao turno de revezamento; 7) Ajuste de Procedimentos para correção de eventuais falhas na descrição de atividade no PPP; 8) Ajuste de Procedimentos para rescisão complementar, para correção de eventuais pagamentos a menor da multa rescisória sobre o saldo total do FGTS; 9) Revisão para averiguação de eventuais descontos indevidos efetuados de forma retroativa em folha de pagamento referentes à rubrica “gratificação de substituição”; 10) Revisão da rescisão para o pagamento do abono de fechamento para os empregados desligados logo após 01/05/2024 quando o Acordo ainda não havia sido assinado e que não receberam esta verba na sua rescisão. Este pedido ficou pendente de análise e resposta futura pela Diretoria; 11) Além destes acima, a Intersul pautou como fundamental para amenizar as insatisfações com o ACT, a revisão da forma de aplicação do reajuste salarial aos empregados admitidos após 31/04/2022. O pedido, baseado no entendimento que se tinha nas assembleias, era de que o índice de reajuste seria aplicado integralmente a todos – independente da data de admissão. No entanto, o entendimento da empresa diverge desta interpretação. Para a Eletrobras, não há que se falar em recomposição do salário pelo período em que o trabalhador não estava na empresa. Dessa forma, o reajuste salarial aplicado foi de 100% do índice apurado para todos os trabalhadores, contando para esta apuração apenas o período em que o trabalhador esteve contratado. Os dirigentes da Intersul insistiram no fato de que a aplicação do índice integral composto por um ano inteiro para todos, indistintamente, trará impacto financeiro muito pequeno para a Eletrobras, e vai melhorar sensivelmente o clima e as relações de trabalho. A empresa não se comprometeu com a revisão do procedimento no momento, mas disse que o assunto será rediscutido pela Diretoria da Eletrobras para uma resposta definitiva em nova reunião a ser agendada. Ao final do encontro, os dirigentes sindicais ainda cobraram a solução devida pela Eletrobras para manutenção e prorrogação do vínculo dos empregados da empresa com a ELOSAÚDE, mesmo após a transferência definitiva dos empregados ativos para o novo benefício de saúde. Essa medida é essencial para que os agregados ligados a cada trabalhador possam permanecer no plano da ELO¬SAÚDE. Também foram tratados especificamente de ajustes de conduta nas relações sindicais, para facilitação do acesso de dirigentes e realização das atividades sindicais nas dependências da empresa.

PLR 2024 Eletrobras

PLR 2024 Eletrobras O Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) solicitou à direção da Eletobras o agendamento da reunião da Comissão Paritária que vai discutir a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) 2024. A Intersul espera que a reunião seja confirmada para a semana de 11 de novembro. Intersul pede outra reunião com Eletrobras A Intersul também solicitou à Eletrobras uma reunião para debater outros pontos pendentes. Entre eles, correspondências sem respostas (como o cumprimento da legislação art. 93 da Lei n° 8.213/1991 e aplicação integral do índice de reajuste salarial na data-base), problemas na emissão do PPP de trabalhadores que atuam na área de risco, considerações e nivelamento de informações sobre o número de adesões ao PDC, demissões na CGT Eletrosul e quantitativo de empregados admitidos, entre outros assuntos. GT da Previdência no CNE O Grupo de Trabalho da Previdência do CNE se reuniu no dia 30, com participação dos conselheiros eleitos nas Fundações, para discutir os encaminhamentos necessários em defesa da manutenção das Fundações. A Eletrobras está atuando para unificar todos os fundos de pensão e os trabalhadores e trabalhadoras discutirão estratégias em defesa de seus direitos e das Fundações.

Privatização = Apagão

Mais uma vez a região metropolitana de São Paulo foi atingida por um apagão de grandes proporções. Na sexta-feira, dia 11, um forte temporal atingiu a região, derrubando árvores e postes, e provocan¬do o desligamento da energia para cerca de 2 milhões de pessoas. A concessio¬nária local, a ENEL, privatizada, acumula um longo histórico de reclamações dos consumidores. O restabelecimento da energia está sendo tão demorado que no fechamento dessa edição do Linha Viva, em 15 de outubro – 4 dias após o evento climático -, ainda havia mais de 250.000 endereços sem luz. O desempenho da concessionária pri¬vatizada é tão grave em São Paulo que o ministro de Minas e Energia, Alexan¬dre Silveira, criticou, em nota, a atuação da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) na fiscalização dos serviços da ENEL: “A Agência claramente se mostra falha na fiscalização da distribuidora de energia, uma vez que o histórico de pro¬blemas da ENEL ocorre reiteradamente em São Paulo e também em outras áreas de concessão da empresa”. Também por meio de nota, no sábado, dia 12, a ANEEL afirmou ter intimado a ENEL a prestar esclarecimentos sobre os fatos e levantou a hipótese de recomen¬dar o fim da concessão da empresa. De acordo com a Federação do Co¬mércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o apagão na região teria gerado prejuízos nos setores de varejo e serviços da ordem de R$1,65 bilhão – somente até segunda¬-feira, dia 14. Esse prejuízo deve aumentar até que todas as unidades consumidoras tenham a energia restabelecida. A população, que depende da energia para executar as atividades mais básicas do dia a dia, ficou revoltada ao ver, pe¬las redes sociais e em emissoras de TV, inúmeras camionetes da companhia de energia paradas dentro do pátio enquanto o caos estava instalado na região. A cena tem explicação: a empresa privatizada tem por política contratar o menor quadro possível de trabalhadores para faturar o máximo. É a famosa política do mais com menos. Enquanto a ANEEL cobrava a ne¬cessidade de pelo menos 2,5 mil funcio¬nários atuando em campo para responder à demanda, a ENEL dispunha, até domin¬go, de apenas 1,7 mil funcionários nas ruas ajudando a resolver o problema. Em meio ao drama e à pressa para solucionar muitos atendimentos em pouco tempo, um eletricista da ENEL morreu enquanto atuava para recuperar a energia no bairro Parque Anhanguera. Diante do cenário devastador, até mesmo o governador de São Paulo, Tarcí¬sio de Freitas (Republicanos) e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), dois pri¬vatistas de carteirinha, se manifestaram cobrando o fim do contrato de concessão com a ENEL. Eles se somam ao também privatista governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que, um ano atrás, em entrevista, declarou que foi a “pior decisão do mundo” a venda da CELG em seu estado. Em Goiás, após a venda da CELG, a ENEL assumiu a área de conces¬são e também deixou a desejar no forne¬cimento de energia. Com isso, a Equato¬rial assumiu o lugar da ENEL e também continuou a apresentar problemas e a acumular reclamações dos consumido¬res. A Equatorial é a mesma companhia privatizada que atua no Rio Grande do Sul e que deixou no ano passado consumi¬dores por 12 dias sem energia na região de Pelotas. A sequência de apagões e inúmeras reclamações Brasil afora sobre as con¬cessionárias de energia mostram que as privatizações do setor não deram cer¬to. A lógica das companhias de energia, quando privatizadas, é cortar custos a todo momento, inclusive demitindo fun¬cionários experientes, com muitos anos de carreira, para maximizar os lucros. Não por acaso, as concessionárias de energia em Minas Gerais (CEMIG) e em Santa Catarina (CELESC) ainda figuram dentre as mais bem avaliadas pelos con-sumidores: pois, por conta de seu caráter público, priorizam o bom atendimento à população em detrimento do lucro a qual¬quer custo. E essa deve ser a lógica de uma concessionária de energia: prestar um bom atendimento à população. Santa Catarina é um dos estados re¬cordistas de catástrofes climáticas nos últimos anos. De enchentes a tornados, granizo e vendavais, o território catari¬nense já experimentou quase todo tipo de evento da natureza – o que vem au¬mentando com o impacto das mudanças climáticas. Mesmo enfrentando adver¬sidades e eventos extremos, a CELESC consegue atender a população, nos últi¬mos anos, dentro dos limites toleráveis de espera. A empresa chegou, inclusive, a enviar equipes próprias para auxiliar no restabelecimento da energia no Rio Grande do Sul, após a terrível enchente que afetou o estado vizinho no primeiro semestre de 2024. A situação pela qual vivem os esta¬dos que tiveram suas concessionárias de energia vendidas para o setor privado demonstra que as privatizações no setor foram um erro e que os prejuízos desse erro estão na casa dos bilhões de reais. É preciso pensar, de forma urgente, em meios de reestatizar não só as con¬cessionárias de energia nos estados, mas também a Eletrobras, que passa por um processo de sucateamento sem precedentes e que já traz consequências negativas a toda a população brasileira. Energia não é mercadoria!

Coletivo Nacional dos Eletricitários se reúne com novo presidente da Eletrobras

Representantes da categoria eletricitária estiveram reunidos, na segunda-feira, dia 28, com o novo presidente da Eletrobras, Ivan de Souza Monteiro. Foi uma reunião de apresentação, na qual o presidente da empresa se mostrou aberto ao diálogo e afirmou ntransparência nas ações da companhia. O encontro ocorreu na sede da Eletrobras, no Rio de Janeiro. Os eletricitários, representados pelos presidentes da Confederação Nacional dos Urbanitários (CNU), Paulo de Tarso; da Federação Regional dos Urbanitários do Nordeste (FRUNE), Raimundo Lucena; da Federação Regional dos Urbanitários do Sudeste (FRUSE), Esteliano Neto; e por coordenadores do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Nailor Gato (vice-presidente da FNU), Júlia Margarida, Fabíola Antezana, Cecy Marimon (pela Intersul/Sinergia) e Emanoel Mendes; relataram ao presidente a atual situação vivida por trabalhadores, que estão submetidos à retirada de direitos e ao grande número de demissões, propondo que a empresa suspenda de imediato todas as demissões.


Paulo de Tarso, da CNU, explicou que o quadro profissional da empresa já está bastante reduzido e é arriscado acontecer mais apagões no País, justamente devido à falta de técnicos capacitados e experientes.


Ivan Monteiro se comprometeu em proporcionar treinamento aos novos empregados e agendou uma próxima reunião com os dirigentes para 28 de setembro, assim como prometeu a reabertura dos trabalhos das comissões temáticas.


No dia 22 de agosto, o Conselho de Administração da Eletrobras confirmou a eleição de Ivan de Souza Monteiro para o cargo de presidente da companhia. Ele ocupará a função de CEO até 1º de maio de 2025 em substituição a Wilson Ferreira Jr, que assumiu em maio de 2023 e deixou o posto em 14 de agosto. Até então, Ivan ocupava a presidência do Conselho de Administração da Eletrobras. Também já foi CEO da Petrobras e vice-presidente do Banco do Brasil.


Texto: reprodução FNU

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1587 de 31 de agosto de 2023

Wilson Pinto não aguenta pressão de 3G de Lemann e pede para sair da Eletrobras

Quando Wilson Pinto Jr voltou para a Eletrobras depois de privatizada, certamente sonhou executar tudo aquilo que planejou enquanto foi operador da privatização na cadeira de Presidente da empresa no governo Temer e nos dois primeiros anos de governo Bolsonaro.


Na primeira saída para a BR Distribuidora (hoje Vibra), Wilson Pinto Jr saiu resignado, descrente que a privatização ocorreria por conta de resistências políticas. Estava errado. Ainda no primeiro trimestre de 2021, no auge da pandemia, quando morriam até 5 mil brasileiros e brasileiras por dia, Bolsonaro mancomunado com Guedes, Bento, 3G de Lemann, Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, editou a famigerada MP 1031/2021 que tramitou em rito sumário e foi aprovada no Congresso Nacional sem o devido debate e eivado de questionamentos sobre a votação eletrônica na Câmara e a sessão do relatório sem relatório no Senado. Da sanção presidencial, em julho de 2021, até a execução da privatização, junho de 2022, passaram-se 11 meses.


Efetivada a privatização, a 3G de Lemann cuidou de montar o conselho de administração da Eletrobras. Liderados por Pedro Batista (preposto da 3G de Lemann) e com a anuência do governo Bolsonaro, estabeleceram uma chapa que envolvia Marisete Dadald (MME), Marcelo Siqueira (Ministério da Economia), Ivan Monteiro (Ex Petrobras e BB), Felipe Vilela Dias (Ex Squadra, bajulador de Pedro Batista), Vicente Falconi (Ex AmBev e 3G) e dois conselheiros indicados por Juca Abdalla (Banco Clássico) e Lírio Parisotto (LPar).


O Conselho da Eletrobras era uma verdadeira ação entre amigos comandada pela 3G de Lemann, um acionista com poder de voto irrelevante (0,05%) nas assembleias, mas que contou com a negociata do governo Bolsonaro que executou o auto boicote do poder de voto da União que, mesmo detendo ainda 43% das ações ordinárias da Eletrobras só poderia votar com 10%.


Com o Conselho montado a gosto de Pedro Batista e Jorge Paulo Lemann, era preciso montar a diretoria executiva da Eletrobras. Foi aí que Batista e Ivan Monteiro montaram o que eles mesmos chamaram de “operação sequestro” de Wilson Pinto Jr da BR Distribuidora (Vibra). Wilson passou anos presidindo a Eletrobras por dentro, era visto pelo 3G de Lemann como o nome ideal para executar uma grande reestruturação que poderia dar a cara que eles queriam para a Eletrobras privada. Rodrigo Limp que presidiu a Eletrobras durante todo o processo de Privatização, ganharia uma vice presidência e continuaria na estrutura.


Wilson Pinto Jr quando voltou à Eletrobras um ano e meio depois de sair, sonhava em terminar o projeto que começou em 2016, mas um desalinhamento de expectativas gigante se sucedeu.


O primeiro grande desafio foi a derrota de Bolsonaro. Com a eleição de Lula, as duras críticas do presidente e a tentativa de retomada do poder de voto com a ADI 7385 no STF, os planos de Wilson iam sendo frustrados. Além disso, com os reservatórios cheios, a perspectiva de entregar resultados mais rapidamente por conta da descotização das usinas não se concretizou.


No dia seguinte da saída de Pinto Jr, o maior indício nos bastidores da Eletrobras é que ocorreu um conflito generalizado com o Conselho de Administração. Wilson era contra o tempo das mudanças propostas pelos conselheiros. Chegou a dizer que com o quantitativo de pessoal que queriam impor, a Eletrobras não conseguiria rodar. Por diversas vezes pediu que confiassem nele porque conhecia a empresa e o setor. De outro lado o conselho só reclamava e chegou a ameaçar por mais de uma vez trocar Wilson pelo vice presidente Élio Wolf.


Se a relação de Wilson com o Conselho estava estremecida, com a diretoria executiva não foi diferente. Wilson trouxe o VP de Comercialização que na primeira denúncia de corrupção na Delta (antiga empresa do VP) foi limado pelo Conselho de Administração. Além disso, Wilson não conseguiu emplacar nomes que desejava para outra vice presidência e quando voltou para a Eletrobras um ano e meio depois, encontrou outros vice presidentes empoderados. O trio Camila Gualda, Elvira Presta e Rodrigo Limp ganhou força por ter executado o front da privatização.


Apesar de hierarquicamente Wilson estar acima deles, era como se suas vice presidências tivessem vida própria e trânsito direto com os conselheiros da 3G de Lemann. Alguns exemplos corroboram com essa análise, como o cronograma dos desligamentos do PDC e o processo de reestruturação da Eletrobras na ANEEL.


Wilson também sempre questionou a forma como os acionistas se relacionaram com sindicatos e Governo. Vale lembrar que o Governo fez dois pedidos à Eletrobras, ambos relativos à suspensão de desligamentos, ambos sem qualquer resposta pela Eletrobras da 3G. Pelo tempo que passou na Eletrobras, e por ser um homem do setor, preferia um tom mais conciliatório.


Por fim, com as notificações que a Eletrobras passou a receber do TCU, ANEEL e do Governo, através do Ministério de Minas e Energia, as desavenças entre Wilson e o Conselho aumentavam. Tudo leva a crer que ele esperou para divulgar o resultado de lucro de R$ 1,6 bi do 2º trimestre para tentar sair por cima. Mas a verdade é que sentiu o gosto amargo da teoria dos oceanos “sempre vai existir um peixe maior que você”.


Wilson Pinto Jr que era tido como algoz dos trabalhadores, do movimento sindical, pela passada anterior na empresa e pela forma como conduziu outras empresas do setor, ao retornar para a Eletrobras encontrou uma forma de gestão baseada única e exclusivamente em números de resultados com vistas à remuneração dos acionistas.


A Eletrobras baseada em prestar um bom serviço a sociedade, com estrutura nas pontas, foco no negócio não existia mais. Parece que nem ele aguentou a pressão e a desorganização que virou a Eletrobras sob a batuta dos conselheiros da 3G de Lemann. Wilson sai da Eletrobras antes de responder aos órgãos de fiscalização e controle que começam a interpelar a empresa sobre o aumento de acidentes de trabalho, descumprimento de normas regulamentadoras de segurança, falta ou diminuição em manutenção programada nas empresas por falta de contingente técnico.


As mudanças na diretoria e no conselho da Eletrobras demonstram o que é a forma 3G de gestão, e, que, essa gestão não se aplica ao tipo de negócio pelo qual, infelizmente, estão responsáveis. Esse total desalinhamento, essas divergências abissais reforçam tudo o que nós, do Coletivo Nacional dos Eletricitários sempre denunciamos. Um setor estratégico, de prestação de serviço essencial, deve ter o controle do Estado.


Essa Corporation de faz de conta, comandada por quem já trouxe um prejuízo ao Brasil – vejam o caso das Americanas, pode quebrar a Eletrobras e apagar o Brasil. Nunca será por falta de aviso.


Agora, para sobreviver, a turma do 3G de Lemann coloca Ivan Monteiro como CEO da empresa e traz Vicente Falconi para a presidência do Conselho e Felipe Vilela Dias para a vice presidência. Um jogo de cartas marcadas que só reforça o poder de mando e desmando de Pedro Batista e da 3G de Lemann na Eletrobras. Neste jogo de dados viciados, cogitam agora a volta de Fernando Coelho Filho para o MME. O deputado foi precursor da privatização.


Sabemos o quanto será desafiador enfrentar essa gente, mas não vamos recuar. Nesse momento é importante que o governo intensifique os trabalhos para retomar o poder de voto na Eletrobras para que não passemos por aumentos abusivos na conta de luz e riscos de desabastecimento de energia no Brasil. Não existe acordo possível com quem não pensa no País.


No EletrobrasDay viraram a chave pro lado errado. Nós seguimos na luta e não vamos desistir até a vitória.

Eletricitários lançam em Brasília campanha pela aposentadoria especial

Foi lançada no dia 9 de agosto, na Câmara dos Deputados, em Brasília, a Campanha em Defesa da Aposentadoria Especial dos Eletricitários. O ato foi realizado em conjunto com o relançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social.


Na ocasião, a Confederação Nacional dos Urbanitários lançou o vídeo institucional que pretende sensibilizar parlamentares e a sociedade sobre a importância do direito à aposentadoria especial à grande parte dos eletricitários que trabalham expostos ao agente perigoso eletricidade.


A Intersul e a Intercel estão articulando junto a outros sindicatos do Coletivo Nacional dos Eletricitários para que a proposta avance entre a classe política. Você confere o vídeo da Campanha na página da Intercel no instagram: www.instagram.com/intercel.sc

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1586 de 17 de agosto de 2023

Mobilização da categoria reabre diálogo com direção da Eletrobras

Nos primeiros dias de agosto, em decorrência do movimento grevista, inicialmente previsto para os dias 9, 10 e 11, ocorreram reuniões entre o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) e a Direção da Eletrobras, no sentido de discutir e encaminhar os pontos relativos aos descumprimentos do Acordo Coletivo de Trabalho e outros.


Após receber da Eletrobras uma proposta com alguns itens, o CNE externou que, apesar de valorizar a abertura do diálogo, diversos itens ficaram sem resposta na proposta apresentada e não atendem às expectativas de trabalhadoras e trabalhadores, sendo necessário o estabelecimento de um canal de negociação para objetivar o cumprimento dos itens do ACT.


A empresa atendeu o pedido, marcando uma reunião de negociação para o dia 22 de agosto, em Brasília. Com o canal de negociação aberto, o CNE promoveu assembleias com a categoria, em que ficou definida a suspensão do movimento grevista, mantendo o estado de greve e as assembleias permanentes.


O CNE e a Intersul ressaltam que a abertura desse canal de negociação só foi possível a partir da mobilização da categoria e de sua capacidade de luta.

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1585 de 03 de agosto de 2023

Privatização da Eletrobras e demissões apagaram o Brasil

O dia 15 de agosto estava marcado no calendário da Eletrobras como mais um ‘Eletrobras Day’, momento em que a alta direção mostra os feitos e planos para a empresa. A agenda deu lugar ao apagão que atingiu o Brasil (exceto Roraima, que não se encontra no Sistema Interligado Nacional). O ‘Eletrobras Day’ teve de ser remarcado, pois faltou luz. São os efeitos perversos da privatização da empresa, alertados pelo Coletivo Nacional dos Eletricitários e ignorados por quem atuou para privatizar a maior empresa do Sistema Elétrico da América Latina, responsável por 25% da geração e 40% da transmissão.


A identificação das causas do apagão anunciado demorou mais devido à falta de quadro técnico experiente e capacitado, alvo dos desligamentos desenfreados por parte da Eletrobras. A própria empresa afirmou que, quando ocorreram os atos de vandalismo em torres de transmissão, teve que retardar a saída de quadros técnicos experientes para lidar com a situação. Apesar de reconhecer a fragilidade, falou mais alto o discurso de redução de despesas com pessoal.


Tragédia anunciada: diversos foram os alertas do CNE, que incluíram pedidos de suspensão dos desligamentos na empresa. Ainda em dezembro/22, mesmo sendo um governo de transição, foi solicitada a suspensão dos desligamentos para a Eletrobras privada – pedido ignorado solenemente. Mais uma vez o CNE alertou diversas instâncias do Governo, tanto da falta de quadros técnicos, quanto de descumprimentos de normativas de segurança Brasil afora. O MME solicitou à Eletrobras, em 20 de julho, que avaliasse a suspensão dos desligamentos, preocupado com o sistema elétrico brasileiro devido à saída de profissionais altamente qualificados e os reflexos para a prestação de serviços, até o momento sem resposta.


Não se trata apenas da falta de quadros técnicos no Sistema Eletrobras, há também o reflexo da gestão do medo na atuação destes profissionais. A Eletrobrasilidade da Eletrobras de Lemann tem por base sobrecarregar o quadro técnico, descumprir normas de segurança, aumentar acidentes de trabalho, diminuir salários e benefícios – enquanto aumentam suas próprias remunerações em 3.000%, e a consequência é o adoecimento do quadro técnico. A saída do presidente Wilson Pinto Jr. é outro capítulo nessa história. “Sequestrado” da Vibra após a privatização da Eletrobras pelo grupo 3G, ele renunciou nessa semana. Assume em seu lugar Ivan Monteiro, o articulador do grande acordo da 3G, segundo reportagem da Folha de SP. É sabido que havia desgaste entre o ex-presidente e o Conselho de Administração, mas a saída de Pinto levanta uma lebre: ganhou o mercado financeiro? Apesar de controverso, Pinto conhece o setor elétrico. O novo presidente entende de cifras. A política de gestão baseada em cifras escancarou a fraude das Americanas. Será esse o futuro da Eletrobras? A reestatização de empresas de energia mundo afora dá o tom que o Brasil deve seguir: empresas de prestação de serviço essencial devem ser valorizadas e estatais. Reestatização, já!

Fonte: Jornal Linha Viva Nº 1585 de 03 de agosto de 2023

Lançamento da Campanha em Defesa da Aposentadoria Especial dos Eletricitários acontece nesta quarta-feira (09/08)

Nesta quarta-feira, 9 de agosto, a partir das 9h, junto ao relançamento da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, na Câmara dos Deputados, os eletricitários lançam a Campanha em Defesa da Aposentadoria Especial dos Eletricitários.

No evento, será exibido um vídeo para sensibilizar parlamentares e a sociedade sobre a importância do direito à aposentadoria especial a eletricitários que trabalham expostos em contato com eletricidade, correndo risco de acidentes e até morte.

O CNE, o Sinergia a Intersul participam da campanha.

Disposição de luta dos eletricitários abre canal de negociação com a Eletrobras!

Ao longo da última semana, em decorrência do movimento grevista, previsto para os dias 09, 10 e 11 de agosto, ocorreram reuniões entre o Coletivo Nacional dos Eletricitarios – CNE e a Direção da Eletrobras, no sentido de discutir e encaminhar os pontos relativos aos descumprimentos do acordo coletivo de trabalho – ACT e outros.


Após receber da Eletrobras uma proposta com alguns itens, o CNE, externou que, apesar de valorizar a abertura do diálogo, diversos itens ficaram sem resposta na proposta apresentada e não atendem às expectativas dos trabalhadores e trabalhadoras, sendo necessário o estabelecimento de um canal de negociação para objetivar o cumprimento dos itens do ACT. A empresa atendeu, marcando reunião de negociação para o dia 22 de agosto, em Brasília.


Com o canal de negociação aberto, o Coletivo Nacional dos Eletricitários, convoca todos os trabalhadores e trabalhadoras do Sistema Eletrobras para que atendam as convocações de suas entidades de base, e participem das assembleias com indicativo de suspensão do movimento grevista, com manutenção do estado de greve e assembleias permanentes.


É importante que todos os trabalhadores e trabalhadoras participem das assembleias em suas respectivas bases, a partir de amanhã, 08/08, para informar-se dos pontos em discussão e apontar as saídas para os itens que ainda não possuem convergência.


Esse canal de negociação só foi possível a partir da mobilização da categoria e de sua capacidade de luta. Continuemos alertas e mobilizados!